segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Madeira plástica evita derrubada de árvores para fabricar móveis

Para cada 700 quilos de madeira plástica, uma árvore é preservada e 180 mil sacolas plásticas são retiradas da natureza. Os Estados Unidos utilizam o material há aproximadamente 20 anos.



Mais uma prática sustentável está crescendo no Brasil para evitar a derrubada de nossas árvores. Estamos falando da madeira plástica. Com tanta demanda de madeira natural, muitas árvores são cortadas, mas através desse novo material, é possível obter madeira sem precisar cortar uma árvore sequer, além disso reaproveitando o plástico que descartamos como lixo. No Rio de Janeiro, a madeira plástica é produzida através de um material chamado Polietileno de Alta Densidade (PAD). "Esse tipo de plástico é encontrado nos frascos de detergente, amaciante, água sanitária, xampu e todos os frascos de óleo do seu carro e outros que estão por aí", fala o diretor da Cogumelo, Daniel Pilz.
O processo de montagem dos produtos de madeira plástica é mostrado dessa forma: depois de triturado e transformado em grãos, o plástico está pronto para virar madeira: o plástico moído é sugado por uma tubulação até o misturador. Ele recebe pigmento e um produto químico que dá aderência de madeira, isso se transforma em uma massa aquecida a 180 graus para ser rapidamente resfriada em água gelada, para condensar, a aproximadamente dez graus centígrados. É assim que nasce a madeira plástica.
A Cogumelo, além de fabricar móveis, também apresenta na sua lista, dormentes para ferrovias e tampas de bueiros, 30% mais leves que as feitas de ferro fundido. São mil unidades por mês, principalmente para prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro, pois através disso, tornou-se uma forma de coibir a ação de quadrilhas que roubam as tampas para vender o ferro.

Desta fábrica saíram também 40 bancos e três pontes que atualmente estão no Parque Nacional de Itatiaia, e os bancos enfeitam a praça de um shopping do Rio. É um produto resistente ao sol e ao frio, tem vida útil longa, durando em média 50 anos. Não há possibilidade de criar cupins na sua estrutura. A madeira plástica em média é 30% mais cara que a convencional, mas os fabricantes dizem que o preço pode cair se a produção aumentar. Diferente dos Estados Unidos, a madeira plástica chegou com força, sendo um mercado que existe há aproximadamente 20 anos. A preferência se dá pela durabilidade, pois requer menos manutenção, resiste ao mofo, não apodrece e o desgaste com maresia, sol e umidade é menor, são árvores sendo poupadas com 35% dos pátios e varandas com madeiras plásticas. Um deck de cem metros quadrados, equivale a duas árvores de ipê. Existem pelo menos quatro tipos do que se pode chamar de madeira plástica, variando de acordo com a porcentagem de madeira, PVC e polietileno usados na mistura.
Mike Danzílio é um empresário que trabalha com isso há 25 anos e acompanhou o aparecimento da madeira plástica no país. Ele conta que adaptou o próprio negócio ao produto porque é isso que as pessoas querem. Segundo Mike, o que pesa na decisão da classe média americana é o bolso. "Os americanos aprovam a madeira plástica, mas não porque é um produto verde, e sim uma decisão de manutenção e economia", ressaltou.

No Brasil, apenas em uma fábrica são produzidos 200 toneladas de madeira plástica por mês. Em seis anos evitou-se o corte de 180 mil árvores, o equivalente a 400 campos de futebol cobertos de florestas. Podemos ver que aqui no país, devemos buscar outras formas alternativas para nossa produção industrial, já que ainda é muito reduzido o número de fábricas como a Cogumelo e a madeira convencional lidera com folga a preferência dos consumidores. Para isso, as empresas devem investir em produções em madeira plástica, pois percebemos que não se faz necessário desmatar para produzir madeira, porque assim além de economizar no bolso, a iniciativa é positiva para preservar nossos recursos naturais, evitando assim que nossas árvores sejam cada vez mais extintas. A natureza agradece.

Fonte: Mundo Sustentável

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