Não é a água que se bebe, mas a "comestível" que constitui o maior problema do nosso planeta. |
Essa conferência atrai mais de dois mil delegados, acadêmicos, cientistas, representantes do setor privado, da sociedade civil, incluindo meios de comunicação de mais de cem países e funcionários da Oganização das Nações Unidas (ONU). Muitos especialistas em água e saneamento afirmam que todos os alimentos que consumimos exigem água para sua produção. Holmgren acrescenta:
"Essa água e os milhares de milhões de dólares investidos no cultivo, embarque, embalagem e compra do alimento são jogados fora. Reduzir o desperdício de comida é o caminho mais inteligente e direto para aliviar a pressão sobre os recursos hídricos da Terra. É uma oportunidade que não podemos nos dar o luxo de não aproveitar".Um exemplo disso está na produção de sanduiche, o hamburguer preparado com a carne, duas fatias de pão, tomate, alface, queijo e cebola necessita de 2.389 litros de água, o que diferencia quando se produz uma xícara de café, que exige 140 litros de água. Para produzir um prato médio de arroz, carne e verduras são necessários 4.230 litros de água.
O Diretor-geral do Instituto Internacional para o Manejo da Água Colin Chartres ressaltou que será possível fornecer alimento aos nove bilhões de habitantes que o planeta terá até 2050. Chartres, ganhador do Prêmio da água de Estocolmo 2012, ressalta:
"Contudo devemos refletir sobre o custo ambiental em termos de extração de água e recursos terrestres. Economizar água reduzindo o desperdício de comida, aumentar a produtividade, melhorar geneticamente as plantas e reciclar a água são passos fundamentais para todos".Contudo, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, José Graziano da Silva destacou que o setor agrícola é um dos fatores de maior consumo de água.
"Também significa que a agricultura tem a chave para o uso sustentável da água, investir nos pequenos agricultores é fundamental para alcançar a segurança alimentar e da água para todos"O estudo do Instituto Internacional da Água em Estocolmo intitulado "Alimentando um Mundo Sedento: Desafios e oportunidades para um Futuro com Segurança Alimentar e de Água", mostra que, apesar de a produção de alimentos por habitante ter crescido de forma sustentada, um bilhão de pessoas ainda sofrem desnutrição e fome. Segundo o estudo apresentado, a segurança alimentar é um desafio complexo que requer a atenção para dois maiores fatores importantes: a água e a energia, essenciais para a produção de comida. Anders Jagerskog, editor principal, relata:
"Alimentar a população mundial é o maior desafio para este século. A sobrealimentação, a desnutrição e o desperdício (de comida) estão crescendo, e o aumento da produção poderá sofrer no futuro limitações pela falta de água. Precisamos de uma nova receita para alimentar o mundo no futuro".Com esse estudo, podemos concluir que muitas vezes, situações negativas que se apresentam atualmente no nosso meio ambiente estão relacionados com os costumes e hábitos de cada indivíduo. Se cada um fizer a sua parte é possível reverter essa situação, mesmo que a longo prazo, a desnutrição e a miséria terão menores índices principalmente nos países em desenvolvimento.
Fonte: Envolverde
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